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Os sintomas da perda auditiva leve que ocorrem na infância muitas vezes passam despercebidos.
Várias atividades físicas e psíquicas das crianças e adolescentes podem ser afetadas em função da diminuição da capacidade auditiva.
A perda auditiva condutiva resultante da disfunção da tuba auditiva RESULTANTE DAS DESÓRDENS TEMPOROMANDIBULARES é MUITAS VEZES NÃO CONSIDERADA.
É de fundamental importância uma detecção precoce desta deficiência.
Existem dois tipos gerais de perda auditiva: a perda auditiva condutiva e a perda auditiva neurossensorial.
A perda auditiva condutiva resulta de perturbações na passagem do som da orelha externa para a janela oval.
Anatomicamente, esta via inclui o canal auditivo, membrana timpânica e ossículos. Essa perda pode ser devido a impacção de cerume, perfuração da membrana timpânica, otite média, osteosclerosis, disfunção muscular intra-auricular, ou deslocamento dos ossículos pelo ligamento maleolar.
Já a perda condutiva neurossensorial resulta em função de anormalidades otológicas além da janela oval. Tais alterações podem afetar as células sensoriais da cóclea ou as fibras neurais do oitavo nervo craniano.
A perda de audição com a idade (presbiacusia) é um exemplo. Tumores no oitavo nervo craniano também podem levar a tal perda de audição.
Paciente de sexo masculino com onze anos de idade se apresenta na consulta com queixas de dor de cabeça, dor na nuca, dor nos ombros, dor no pescoço, adormecimento e formigamento nas mãos e DIMINUIÇÃO DA ABERTURA BUCAL.
O paciente refere dor no ouvido esquerdo e sensação de entupimento nos ouvidos, principalmente do lado esquerdo. Também refere zumbidos em ambos os ouvidos e DIMINUIÇÃO DA AUDIÇÃO, EM AMBOS OS OUVIDOS.
Toda perda auditiva referida pelo paciente, tem que ser constatada por AUDIOMETRIA.
Na história clínica do paciente em questão é relevante na análise do caso o antecedente de traumatismos no mento na primeira infância assim como as infecções repetitivas de ouvido e garganta e uma pneumonia que o paciente teve com oito meses e que precisou de internação hospitalar.
Imagens da oclusão habitual do paciente e vista oclusal superior e inferior. Fotografias do paciente sorrindo de frente e perfil no dia da consulta.
Radiografia panorâmica inicial do paciente no dia da consulta.
Laminografia das articulações temporomandibulares do paciente antes do tratamento: podemos observar o posicionamento superior e posterior do processo articular do lado esquerdo na cavidade articular quando a mandíbula encontra-se em posição de intercuspidação máxima.
Na posição de abertura máxima, observa-se angulação anterior do processo articular do lado esquerdo.
Imagem da oclusão habitual do paciente antes do tratamento, no dia da consulta. Podemos observar uma importante sobremordida.
Fica evidente a falta do espaço para o correto posicionamento do canino superior do lado esquerdo.
Vista oclusal superior e inferior do paciente antes de tratamento. Fica evidente a falta de espaço para o correto posicionamento do canino superior do lado esquerdo.
Radiografia lateral em conjunto com a imagem de perfil do paciente, antes do tratamento.
Perfil retrognático e retificação da coluna cervical.
RNM TI: Um corte sagital da ATM esquerda e da ATM direita em boca fechada.
Podemos observar facetas anteriores nas cabeças mandibulares tanto do lado direito como esquerdo. Na ATM direita o disco está levemente luxado anteriormente. Na ATM esquerda a luxação é mais evidente, estando a cabeça da mandíbula apoiada nos ligamentos retro discais.
RNM TI: Um corte sagital da ATM esquerda e da ATM direita em boca aberta.
Podemos observar facetas anteriores nas cabeças mandibulares tanto do lado direito como esquerdo. Ambos os côndilos mandibulares não conseguem transladar estando diminuída a abertura bucal.
Registro cinesiógrafico inicial: perda da velocidade quando o paciente abre e fecha a boca. Não há coincidência entre as trajetórias de abertura e fechamento na vista sagital do registro. Limitação na abertura bucal, o paciente consegue abrir só 32,9 mm.
Eletromiografia de superfície dinâmica do paciente em oclusão habitual antes do tratamento.
São medidos:
Temporais anteriores direito e esquerdo.
Masseteres direito e esquerdo
Digástricos direito e esquerdo
Trapézio superior direito e esquerdo
Ativação dos digástricos no fechamento, sendo que estes músculos só devem ser ativados na abertura.
Importante ativação dos trapézios superiores mesmo o paciente sendo instruído a abaixar os ombros ele ativa ambos os trapézios durante todo o exame.
O paciente refere dor no ouvido esquerdo e sensação de entupimento nos ouvidos, principalmente do lado esquerdo. Refere também zumbidos em ambos os ouvidos e DIMINUIÇÃO DA AUDIÇÃO EM AMBOS OS OUVIDOS.
TODA PERDA AUDITIVA REFERIDA PELO PACIENTE, NESTE CASO TAMBÉM RELATADA PELOS PAIS DO PACIENTE, TEVE QUE SER CONSTATADA POR AUDIOMETRIA.
Uma audiometria é produzida usando uma medida relativa da audição do paciente, em comparação com um valor estabelecido “normal”. É uma representação gráfica das respostas limiares auditivas que são obtidas a partir de testes de audição no paciente através de estímulos de tons puros. Os parâmetros da audiometria são frequência, medida em ciclos por segundo Hertz (Hz) e intensidade, medida em decibéis (dB).
A primeira audiometria do paciente revela uma discreta hipoacusia no ouvido esquerdo e uma leve hipoacusia no ouvido direito.
Os sintomas da perda auditiva leve que ocorrem na infância muitas vezes passam despercebidos. É de fundamental importância uma detecção precoce desta deficiência.
A perda auditiva é classificada em leve, na qual o ouvido não é capaz de detectar sons abaixo de 40 decibéis e há dificuldade de compreender a fala humana.
Na perda moderada, os sons abaixo de 70 decibéis não são ouvidos.
Registramos a posição de repouso mandibular após a desprogramação eletrônica, em conjunto com a informação da ressonância nuclear magnética para a decisão do registro da mordida. Esses dados nos orientarão, para a construção tridimensional do DIO ( dispositivo intraoral).
O paciente apresenta um espaço livre patológico de 8,6 mm e uma retroposição mandibular de 8 mm.
Retrusão mandibular, seja causada por iatrogenia, traumatismo ou como resultado de má oclusão, resulta muitas vezes em otalgia ( dor de ouvido) devida à excessiva compressão dos tecidos retrodiscais.
A impressão do paciente é dor de ouvido.
Informei aos pais do paciente, que nesta etapa, me preocuparia só com a saúde do paciente, melhorando a função, a sintomatologia e controlando a perda condutiva da audição.
A perda de audição resultante da disfunção da tuba auditiva, iniciada por transtornos temporomandibulares é em geral subjetiva.
Por isso a necessidade de um controle objetivo, por meio de audiometria.
Expliquei que não faria nenhuma intervenção ortodôntica neste estágio como para incluir na arcada o canino que estava desalinhado e sem espaço. Comuniquei que cuidaria disso mais tarde e que neste caso não haveria necessidade de extrair dentes.
No tratamento, 0 dispositivo instalado é controlado por meio de eletromiografia de superfície para avaliar e comparar a sua função em relação aos registros anteriores.
A segunda audiometria do paciente revela limiares normais no ouvido esquerdo e uma discreta hipoacusia no ouvido direito.
Comparação da primeira e a segunda audiometria do paciente durante o tratamento.
Normalização dos limiares no ouvido direito e melhora nos limiares do ouvido esquerdo.
Lesões estruturais podem produzir alterações funcionais que por sua vez aumentam as alterações estruturais.
Alterações estruturais e funcionais.
Mesmo uma articulação descomprimida demora em recuperar-se.
Algumas lesões estruturais podem ser recuperadas OUTRAS NÃO.
Mesmo uma articulação descomprimida demora em recuperar-se.
Algumas lesões estruturais podem ser recuperadas OUTRAS NÃO.
Leva tempo estabilizar os músculos durante o tratamento, pacientes diferentes, idades diferentes e patologias diferentes.
A terceira audiometria do paciente revela limiares normais no ouvido esquerdo e limiares normais no ouvido direito.
Comparação da primeira, segunda e terceira audiometria do paciente durante o tratamento.
Normalização dos limiares no ouvido direito e normalização dos limiares do ouvido esquerdo.
Neste momento com a normalização da perda auditiva condutiva, com a remissão da sintomatologia, melhora dos registros eletromiográficos e cineciográficos e melhora das estruturas nas imagens, iniciamos a segunda fase por meio de uma ortodontia tridimensional.
Sequência da ortodontia tridimensional na segunda fase do tratamento das patologias da ATM, neste paciente específico. LEMBRAR QUE NEM TODO CASO VAI PERMITIR A IMPLEMENTAÇÃO DE UMA SEGUNDA FASE.
Sequência da ortodontia tridimensional na segunda fase do tratamento das patologias da ATM, neste paciente específico. LEMBRAR QUE NEM TODO CASO VAI PERMITIR A IMPLEMENTAÇÃO DE UMA SEGUNDA FASE.
Radiografia lateral em conjunto com a imagem do perfil do paciente, durante o tratamento.
Perfil estético e não retrognático como no inicio do tratamento.
Não ocorreu uma recuperação da lordose fisiológica mais SIM uma melhora na coluna cervical.
Sequência da ortodontia tridimensional na segunda fase do tratamento das patologias da ATM, neste paciente específico. LEMBRAR QUE NEM TODO CASO VAI PERMITIR A IMPLEMENTAÇÃO DE UMA SEGUNDA FASE.
Sequência da ortodontia tridimensional na segunda fase do tratamento das patologias da ATM, neste paciente específico. LEMBRAR QUE NEM TODO CASO VAI PERMITIR A IMPLEMENTAÇÃO DE UMA SEGUNDA FASE.
Retirada do DIO ( dispositivo intraoral ) nesta fase da ortodontia tridimensional.
Imagem sem o dispositivo intraoral e finalização do tratamento na ortodontia tridimensional em oclusão neurofisiológica.
Imagens comparativas da vista oclusal superior e inferior do paciente antes e após a finalização da primeira e a segunda fase do tratamento neurofisiológico.
A quarta audiometria do paciente após a finalização das duas fases do tratamento mantém os limiares normais no ouvido esquerdo e limiares normais no ouvido direito.
Parte da sequência da ortodontia tridimensional na segunda fase do tratamento das patologias da ATM, neste paciente específico.
Radiografias panorâmicas comparativas: antes do tratamento e após a finalização da ortodontia tridimensional.
Radiografias laterais comparativas do paciente: no inicio do tratamento em oclusão habitual, após a finalização da ortodontia tridimensional em oclusão neurofisiológica e o controle, seis anos após a finalização do tratamento.
Comparação dos registros cineciográficos computadorizados: antes e após o tratamento.
Abertura bucal do paciente passou de 32,9 mm para 38,9 mm.
Excelente velocidade de abertura e fechamento.
Comparação dos registros eletromiográficos antes, durante e após o tratamento.
Comparação de registros após desprogramação mandibular: antes do tratamento a trajetória habitual não é coincidente com a trajetória neuromuscular.
Após o tratamento a trajetória habitual coincide tridimensionalmente com a trajetória neuromuscular.
Comparação da primeira, segunda, terceira e quarta audiometria do paciente.
Normalização dos limiares no ouvido esquerdo e no ouvido direito.
Várias atividades físicas e psíquicas das crianças e adolescentes podem ser afetadas em função da diminuição da capacidade auditiva. A perda auditiva condutiva resultante da disfunção da tuba auditiva RESULTANTE DAS DESÓRDENS TEMPOROMANDIBULARES é MUITAS VEZES DESCONSIDERADA.
É de fundamental importância uma detecção precoce desta deficiência.
Ao terminar todo o tratamento, ainda adolescente, o paciente escreveu o seguinte depoimento:
A minha dentista me encaminhou para a ortodontista, por causa de um canino torto. Daí após uma radiografia panorâmica ela suspeitou que eu poderia ter um problema de ATM. Ela me encaminhou a Porto Alegre para fazer uma ressonância magnética, que constatou a suspeita de um problema na ATM. Comecei o tratamento e a Dra. Lidia também investigou o problema de zumbido e a diminuição da audição.
Quando era pequeno cai e bati o queixo, mas meus pais não sabiam que isso poderia afetar a minha ATM.
Eu sofria muita dor de ouvido e dor de garganta. Já tinha até marcado uma cirurgia no ouvido, mas após 6 meses de tratamento não foi mais necessário fazê-la. Hoje estou bem, tenho uma boa audição e não tenho mais zumbido e dores de garganta. Estou feliz com este tratamento, graças a Deus e a Dra.Lidia Yavich.
Segue o depoimento do mesmo paciente 7 anos após a finalização do tratamento:
Hoje, mais de sete anos após o término de meu tratamento da ATM com a doutora Lidia, e graças aos dons concedidos por Deus a ela, não tenho mais sofrido com as dores de ouvido, nem com dores de garganta ou perda da audição. Antes, eu tive a indicação de fazer uma operação no ouvido pois estava perdendo a audição e isso não foi necessário com o tratamento da ATM, pois durante o tratamento fui acompanhado com exames que comprovaram que a minha audição melhorou. Hoje vivo minha vida normal, sem problemas com essas coisas do passado. Agradeço muito ao tratamento feito pela doutora Lidia, que tem curado e melhorado minha vida.
Parabéns Drª Lídia ! São excelentes estes resultados conseguidos em importante Disfunção de ATM, principalmente em se tratando de paciente tão jovem. A melhora clínica do paciente foi extraordinária e a satisfação pessoal como profissional é o quê mais gratifica com certeza , pois o mesmo deixou de ser submetido a uma desnecessária e improcedente cirurgia. Estamos tentando seguir seus passos. Um abraço.
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Muito obrigada Sidnei, esperamos que muita gente estude isto profundamente, tem muitos pacientes sofrendo, e precisando de atendimento profissional.
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Dr lidia, tenho patologia na atm já confirmado a 3 anos gostaria de saber sensação de coceira intensa no ouvido pode ser um sintoma da atm? Pois meu ouvido coca já fui em otorrinos e todos não acham nada o ultima falou que poderia ser o meu problema . Obrigada pela atenção
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Danielly alguns pacientes com disfunção e patologia da ATM relatam coceira no ouvido como parte da sintomatologia sim.
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Tratamento de excelência.muito bom
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Muito obrigada Nadelma.
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Olá Doutora existem muitos pacientes com zumbido? Existe uma causa específica para esse problema?
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Fernanda sim existem muitos pacientes com zumbido mas não tem causas específicas, pode vir da ATM, como de toda a estrutura e ligamentos da coluna , por isso tem que ser trabalhado em conjunto mas é um tema e tanto.
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Olá Doutora Lídia, tudo joia? Que artigo incrível. Todo caso comprovado de perda auditiva condutiva causada por DTM é reversível( Após a correção para posição neurofisiologica) ? Em média quanto tempo é possível ter os primeiros resultados clinicos ? Muito obrigado
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Caro Junior vou repetir a resposta que dei para outra pergunta porque acho que basicamente
é similar: se tu vês as audiometrias tem intervalo as primeiras em um ano, honestamente esse paciente iniciou o tratamento em 2005, com vários sintomas de patologia entre eles bloqueio na abertura e dor. Lembro como te expliquei que o registro da segunda audiometria foi um ano após, não me lembro de exatamente em quanto tempo antes ele teve melhora. Mas clinicamente me lembro de que a mãe comentava que não entendia dos exames, mas se percebia que o filho escutava melhor. De todo jeito cada caso é único e neste caso é uma perda só condutiva.
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Olá Dª. Neste caso em especifico em quanto tempo ocorreram os primeiras melhores nos liminares auditivos? E os demais sintomas quanto começaram a remissão ? Muito obrigada, seu trabalho é fantástico.
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Cara Larissa se tu vês as audiometrias tem intervalo as primeiras em um ano, honestamente esse paciente iniciou o tratamento em 2005, com vários sintomas de patologia entre eles bloqueio na abertura e dor. Lembro como te expliquei que o registro da segunda audiometria foi um ano após, não me lembro de exatamente em quanto tempo antes ele teve melhora. Mas clinicamente me lembro de que a mãe comentava que não entendia dos exames, mas se percebia que o filho escutava melhor. De todo jeito cada caso é único e neste caso é uma perda só condutiva.
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