Distonia é um termo que define um grupo de doenças caracterizadas por espasmos musculares involuntários que geram movimentos e posturas anormais de determinada parte ou de todo o corpo. Distonia é classificada como uma doença do sistema nervoso. Existem muitos tipos de distonia, e muitas doenças e condições podem causar distonia.

Distonia focal: acomete apenas uma região do corpo, como os olhos, o pescoço ou as mãos. Normalmente, a etiologia é desconhecida. Há hipóteses que sugerem que os movimentos anormais resultam de uma disfunção dos núcleos da base (gânglios da base).

Distonia cervical também denominada Torcicolo espasmódico representa a forma mais comum de distonia e é responsável por afetar a musculatura que sustenta o pescoço.

Faz alguns anos que aparelhos orais têm sido fabricados para melhorar certas distonias. Órteses orais podem ajudar em desordens de movimento ao descomprimir terminações do nervo trigêmeo comprimidos pela ATM, reduzindo assim os sinais aferentes aberrantes para o tronco cerebral, que podem estar desencadeando distúrbios de movimento

Paciente feminina com 55 anos de idade comparece a consulta por padecer distonia cervical à esquerda.

Refere dor nos ombros com preponderância do ombro esquerdo, a paciente também refere dor no pescoço.

Relato resumido escrito pela paciente:

Bom dia Dra. Lidia.

Conforme solicitado, escrevo o meu histórico de saúde:

Queda mais ou menos aos cinco anos de idade, com violenta batida de
boca;

Única doença que tive foi varicela, aos 9 anos;

Tenho hemocromatose genética.

Tive três partos normais com analgesia;

Usei aparelho dentário aos 14 anos por causa dos caninos que se sobressaíam;

Extração dos 4 sisos aos 21 anos, estavam deitados;

No ano passado usei aparelho para descruzar a mordida;

Quanto à distonia: comecei a perceber mais ou menos 7 anos atrás.
Inicialmente a cabeça puxava bem pouquinho e lentamente, começou realmente a se
agravar a uns dois anos.

Consultei vários neurologistas, todos recomendaram Botox.

Fiz quatro tentivas de aplicações, sem resultado.

Faço Pilates com fisioterapeuta.
Além disso, não lembro de mais nada que possa ser relevante.
Um abraço:

A paciente relata estalos em ambas às articulações temporomandibulares.

Relata sons estranhos no ouvido do lado direito.

Na sua procura por tratamentos consultou neurologistas, acupunturistas
fisioterapeutas e osteopatas.

Oclusão habitual da paciente no dia da sua primeira consulta.

Vista oclusal superior e inferior da paciente.
Nota-se o desgaste incisal dos incisivos inferiores.

Registro eletromiográfico inicial com a paciente em oclusão habitual.

Baixíssima atividade em máxima intercuspidação, os masseteres e temporais anteriores não conseguem gerar trabalho.

Altíssima atividade do esternocleidomastoideos direito (lembrar que a paciente apresenta uma distonia a esquerda). Os esternocleidomastoideos não deveriam mostrar nenhuma atividade na máxima intercuspidação.

Alta atividade de ambos digástricos. Os digástricos não deveriam se ativar na máxima intercuspidação.

Radiografia panorâmica inicial da paciente no inicio do tratamento.
Mesmo não sendo a panorâmica uma radiografia para avaliação das articulações temporomandibulares, pode-se notar a faceta do côndilo esquerdo.

Radiografia lateral e da coluna cervical da paciente antes do tratamento.

Nota-se a torção do pescoço, o que não permite uma radiografia lateral em posição.

Um corte da RNM em oclusão habitual da paciente antes do tratamento.

Nota-se a erosão posterior de ambas as cabeças da mandíbula, facetas superiores em ambas
às cabeças mandibulares e importante compressão retrodiscal na ATM esquerda.

Modificação do eixo de crescimento do côndilo mandibular.

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Tomografia computadorizada da paciente antes do tratamento. Reconstrução multiplanar.

ATM esquerda, erosão posterior, faceta superior, no corte sagital.

No corte frontal perda do espaço lateral externo.

Modificação do eixo de crescimento do côndilo mandibular.

Tomografia computadorizada da paciente antes do tratamento. Reconstrução multiplanar.

ATM direita retroposição da cabeça mandibular.

Modificação do eixo de crescimento do côndilo mandibular.

Oclusão da paciente com o DIO instalado.

EM MUITOS DOS PACIENTES DISTONICOS NÃO CONSEGUIMOS UTILIZAR UM CINECIÓGRAFO COMPUTADORIZADO PELO GIRO DA CABEÇA O QUAL FAZ MUITO DIFÍCIL ESTE REGISTRO. 

Nesta paciente conseguimos utilizar o cineciógrafo depois de muito tempo e varias órteses.

A órtese parece muito alta, mas a paciente apresenta um selamento labial adequado.

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Comparação dos valores nos problemas esqueletais da paciente com distonia cervical em oclusão habitual e com o dispositivo colocado em boca.

Com a órtese colocada e o valor da altura facial inferior está dentro da norma e a convexidade do ponto A melhorou.

Na oclusão habitual a altura facial inferior está bem por baixo da norma.

Registro eletromiográfico com o DIO (dispositivo intraoral) instalado.

Observa-se a melhora na atividade dos masseteres e temporais anteriores.

Serie de imagens frontais comparativas durante o tratamento.

Imagens frontais comparativas da paciente na primeira consulta e durante o tratamento.

Imagens de costas comparativas da paciente na primeira consulta e durante o tratamento.

Imagens de perfil esquerdo comparativas da paciente na primeira consulta e durante o tratamento.

Imagens de perfil direito comparativas da paciente na primeira consulta e durante o tratamento.

Radiografias laterais e da coluna cervical comparativas da paciente, antes em oclusão habitual e durante o tratamento com o dispositivo instalado.

Tomografia computadorizada da paciente no controle do tratamento. Reconstrução multiplanar.
ATM esquerda, remodelação positiva da erosão posterior, melhora da compressão retrodiscal e da faceta superior.

Tomografia computadorizada da paciente no controle do tratamento. Reconstrução multiplanar.
ATM direita, remodelação positiva da erosão posterior, melhora da compressão retrodiscal e da faceta superior.

Registros eletromiográficos comparativos em oclusão habitual e com o DIO (dispositivo intraoral) instalado.

Depoimento da paciente:

Comecei a perceber os sintomas da distonia em 2010. Inicialmente um leve tremor que foi evoluindo para movimentos involuntários da cabeça, puxando para o lado esquerdo.

Comecei imediatamente a fazer Pilates com uma fisioterapeuta. Isto, acredito, foi fundamental para não haver uma grande piora postural.

Foram várias consultas com ortopedistas, neurologistas, psicóloga, três ou quatro tentativas de aplicações de Botox, sem qualquer melhora.

Em meados de 2017, “descobri” a Dra. Lidia pelo grupo da distonia nas redes sociais. Entrei em contato e pela primeira vez senti que alguém realmente levava a sério e com interesse esta doença.

Após exames de imagem ela constatou que uma órtese poderia ser indicada para o meu caso.

Ela sempre foi muito clara que não havia garantia nenhuma de melhora ou
cura, mas com o seu conhecimento, estudo e dedicação, tenho apresentado uma
melhora significativa.

Com o uso frequente da órtese, consigo agora manter minha cabeça sem ter que segurá-la com as mãos. Também com orientação e indicação da Dra. Lidia, além do Pilates, que nunca parei, faço um acompanhamento com
osteopata, também essencial para liberação e distencionamento dos músculos.