Fatores etiológicos diferentes como trauma, doenças sistêmicas e locais, doenças autoimunes e oclusão podem criar condições para o deslocamento do disco articular. Na publicação do dia 22 de fevereiro de 2015 intitulada: Deslocamento anterior do disco articular com redução. Recapturar ou não recapturar, eis a questão foram comentadas as razoes pelas quais é importante recapturar discos deslocados quando o caso clínico o permite.
Temos que entender que recuperar os elementos anatômicos articulares para uma posição fisiológica e sadia é SEMPRE VALIOSO.
Lembrar que a anatomia é a plataforma onde a fisiologia atua.
Paciente masculino de 33 anos de idade se apresenta na consulta relatando fortes dores nos temporais, dor no pescoço, dor facial inespecífica, dor nos ombros, zumbidos e relata também que vem sentindo adormecimento e formigamento nas mãos.
O paciente também se queixa de estalos na articulação temporomandibular do lado esquerdo. Relata sensação de diminuição auditiva, mesmo que a audiometria apresenta-se dentro dos valores normais.
Refere tremores musculares na região das bochechas, e dificuldade constante para abrir a boca.
O paciente não apresenta limitação na abertura bucal, mas para abrir desvia a mandíbula para o lado esquerdo.
Sente dor para mastigar alimentos duros, refere que só consegue se alimentar com alimentos moles.
Relata que qualquer refeição implica esforço e não uma atividade agradável, mesmo com alimentos que ele gosta.
Refere bruxismo e apertamento dentário. Diz que sente também dificuldade para deglutir.
O paciente apresenta um perfil retrusivo, mas isso NÃO FOI O MOTIVO DA CONSULTA, o paciente não estava preocupado pela estética, mas sim com A DOR.
Testemunho do paciente: Quando estava em formação para ouvir o seminário de formatura da Policia Militar (com a ordem de não mexer nem falar) fiquei um tanto nervoso, e de repente escureceu tudo e cai para frente como um tronco, com todo o meu peso e bati no queixo (eu tinha 18 anos de idade).
Estava com os dentes fechados, a dor a partir desse episódio foi quase insuportável, não conseguia comer e abrir a boca, foi assim por mais o menos duas semanas, ai começou a ficar um formigamento na região articular e na musculatura, sensibilidade e isso meio que permanece ate hoje.
Na anamnese o paciente relata vários traumatismos quando criança, mas nenhum especial para relembrar. Oclusão habitual do paciente.
Desgaste do sector incisivo superior e inferior.
Radiografia panorâmica do paciente antes do tratamento.
Assimetria das cabeças mandibulares.
Laminografia da ATM em oclusão habitual em fechamento e abertura.
Assimetria entre a cabeça mandibular direita e esquerda do paciente. Aplainamento superior de ambas as cabeças mandibulares e alteração do eixo de crescimento de ambos os côndilos mandibulares.
A imagem colorida destaca as diferencias estruturais entre os côndilos direito e esquerdo.

1 Eixo normal de crescimento 2 Ponto da fratura 3 Eixo patológico de crescimento O site da clínica www.clinicamy.com.br conta com o link para o artigo: Alterações na Orientação do Côndilo Mandibular Devido a Traumatismos na Primeira Infância Caso clínico apresentado na edição número 4 do Jornal Brasileiro de Oclusão, ATM e Dor Orofacial, de outubro/dezembro de 2001.
O site da clínica www.clinicamy.com.br conta com o link para o artigo: Structural modifications of the mandibular condylar process as one of the sequels of traumatism in infancy
Artigo publicado no Journal of Cranio-Maxillary Diseases, volume 3, issue 2, julho/dezembro de 2014.
Structural modifications of the mandibular condylar process as one of the sequels of traumatism in infancy.
A coluna cervical do paciente mostra uma retificação e uma leve inversão da curvatura. A imagem me resultava similar a muitas em que o paciente relatava um traumatismo de chicote (whyplash).
Questionei novamente o paciente perguntando se fora do traumatismo relatado na formatura em que tinha batido o mento, não se lembrava de outro acidente.
NO INICIO O PACIENTE NÃO LEMBROU. Mas na consulta seguinte fez o seguinte relato:
Testemunho do paciente: Eu estava parado em um semáforo dirigindo o meu carro, quando outro veículo bateu atrás do automóvel em que eu estava. O GOLPE FOI TÃO FORTE que o banco reclinou totalmente para trás, sorte que havia encosto de cabeça no banco. Evidentemente a suspeita de whiplash foi confirmada.
Na radiografia frontal do paciente é notória a assimetria da mandíbula, É SIMPLES DE ENTENDER SE PENSAMOS NA DIFERENÇA ESTRUTURAL DE AMBOS OS CÔNDILOS MANDIBULARES.
É como pensar em um paciente com diferencia real de comprimento de pernas. Estas alterações estruturais provocam alterações morfofuncionais. Os músculos tem que se adaptar e encurtar tridimensionalmente para compensar o sistema.
Muitos estudos partem de um preconceito considerando que os côndilos estão em uma posição correta e que o paciente não apresenta nenhuma patologia nas articulações temporomandibulares.
Estas alterações estruturais provocam alterações morfofuncionais. Os músculos tem que se adaptar e encurtar tridimensionalmente para compensar o sistema.
Neste exame cinesiográfico é registrada abertura e fechamento do paciente em vista sagital e frontal e o gráfico de velocidade.
O paciente tem uma abertura de 40 mm, e frontalmente precisa fazer um desvio para o lado esquerdo para conseguir abrir a boca.
A velocidade de abertura e fechamento é pobre, o paciente apresenta bradicinesia.
Neste registro eletromiográfico do paciente em oclusão habitual é gritante a diferença entre os temporais anteriores direito e esquerdo.
Existe quase 70 por cento de diferencia entre o temporal esquerdo e o direito em oclusão máxima habitual.
O temporal anterior direito consegue gerar 105 microvoltios na faixa analisada já o temporal anterior esquerdo consegue gerar só 36 microvoltios, na mesma faixa.
RNM: Ressonância Nuclear Magnética do paciente. Corte selecionado.
1 corte sagital da ATM ESQUERDA em boca fechada antes do tratamento. Deslocamento redutivel do disco articular.
2 -A mesma imagem com realce de cores.
3 -corte sagital da ATM ESQUERDA em boca aberta antes do tratamento.
4– A mesma imagem com realce de cores. RNM: Ressonância Nuclear Magnética do paciente. Corte selecionado. Corte sagital da ATM DIREITA em boca fechada antes do tratamento.
Disco articular em posição habitual Corte sagital da ATM DIREITA em boca aberta antes do tratamento.
O paciente apresenta um espaço livre patológico de 9,4 mm e uma retrusão de 4,8 mm.
Com os dados obtidos após a desprogramação eletrônica mandibular e SEMPRE COM A INFORMAÇÃO OBTIDA NAS IMAGENS CONSTRUÍMOS o DIO (Dispositivo Intraoral) em posição neuromuscular fisiológica.
Registro eletromiográfico do paciente em oclusão neuromuscular fisiológica com o dispositivo em boca: os temporais anteriores direito e esquerdo estão equilibrados.
O registro inicial em oclusão habitual registrava quase 70 por cento de diferencia entre o temporal esquerdo e o direito em oclusão máxima habitual.
Registros eletromiográficos comparativos: o superior em oclusão habitual e o inferior em oclusão neuromuscular fisiológica com o DIO (dispositivo intraoral) em boca.
Esta imagem mostra uma sequencia do perfil do paciente conjuntamente com a sequência de registros cinesiográficos.
Estes registros tem que ser relacionados com os registros eletromiográficos postados anteriormente.
Todo fica correlacionado, descompressão articular, funcionamento dos músculos mastigatórios e a localização tridimensional da mandíbula.
O DIO (dispositivo intraoral) é planejado não só pela desprogramação eletrônica, mas também pelas imagens e outros auxiliares do diagnóstico. É controlado, trocado e recalibrado como parte de um tratamento.
O DIO deve ser mensurado eletromigráficamente. Logicamente a melhoria da sintomatologia do paciente deve acompanhar a melhoria dos registros.
Esta imagem mostra uma sequencia do perfil do paciente conjuntamente com a sequência de registros cinesiográficos e registros eletromiográficos.
Estes registros tem que ser relacionados com os registros eletromiográficos postados anteriormente.
Todo fica correlacionado, descompressão articular, funcionamento dos músculos mastigatórios e a localização tridimensional da mandíbula.
O DIO (dispositivo intraoral) é planejado não só pela desprogramação eletrônica, mas também pelas imagens e outros auxiliares do diagnóstico. É controlado, trocado e recalibrado como parte de um tratamento.
O DIO deve ser mensurado eletromigráficamente. Logicamente a melhoria da sintomatologia do paciente deve acompanhar a melhoria dos registros.
Comparação das radiografias frontais a primeira em oclusão habitual e a segunda com o dispositivo intraoral em posição neuromuscular fisiológica.
Melhora do alinhamento tridimensional da mandíbula, nos não podemos consertar as diferenças estruturais dos côndilos mandibulares, mas sim podemos equilibrar os músculos.
Comparação das radiografias frontais: traçado de cor na mandíbula para realçar o alinhamento tridimensional da mandíbula em posição neuromuscular fisiológica.
Perfil comparativo do paciente em oclusão habitual e em oclusão neuromuscular fisiológica com o Dispositivo Intraoral instalado. Melhora no posicionamento da cabeça.
Comparação das radiografias laterais e da coluna cervical, antes do tratamento e na finalização da primeira fase, correlação com as fotografias de perfil.
Mesmo que a retificação da coluna cervical continua, tem uma melhora na leve inversão da curvatura observada na primeira radiografia.
Corte sagital externo da ATM esquerda em boca fechada antes do tratamento mostrando o DESLOCAMENTO DO DISCO ARTICULAR e a RECAPTURA DO DISCO ARTICULAR após o tratamento.
Controle comparativo da segunda ressonância nuclear magnética após a primeira fase do tratamento. Serão postadas as imagens da ATM esquerda, que apresentava o deslocamento do disco articular.
A ATM do lado direito não apresentava deslocamento, só as diferencias estruturais entre as duas cabeças mandibulares.
Corte sagital externo da ATM esquerda em boca fechada antes do tratamento mostrando o DESLOCAMENTO DO DISCO ARTICULAR e a RECAPTURA DO DISCO ARTICULAR após o tratamento.
Corte sagital interno da ATM esquerda em boca fechada antes do tratamento mostrando o DESLOCAMENTO DO DISCO ARTICULAR e a RECAPTURA DO DISCO ARTICULAR após o tratamento.
Corte sagital interno da ATM esquerda em boca fechada antes do tratamento mostrando o DESLOCAMENTO DO DISCO ARTICULAR e a RECAPTURA DO DISCO ARTICULAR após o tratamento.
Depoimento do paciente:
Quando cheguei na Clínica My sofria muito, muita dor, enxaqueca, não conseguia mais abrir a boca direito.
Realmente estava precisando de tratamento, foi então que a Dra Lidia me propôs cuidar do meu problema.
Como estava com o disco todo deslocado e a articulação toda comprometida começamos de imediato, e a partir dai só melhorei, passaram as dores, passei a me alimentar melhor e tudo foi ficando melhor.
Hoje posso dizer que estou super bem, me sinto normal, meu disco e todo o sistema está maravilhosamente bem. Sou muito grato a Dra Lidia Yavich, uma grande profissional que sabe o que faz. Um grande abraço.
Não entendi do que se compõe o tratamento em si. É apenas o uso do DIO por determinado tempo, ou a pessoa precisa usar sempre – caso contrário, a má postura toda volta? Voltaria tb o problema do disco escapar?
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Cara Flavia, o DIO, ou dispositivo intraoral, é elaborado, após um diagnóstico detalhado e individualizado, nem toda luxação discal pode ser recapturada, nem toda postura do corpo é resultado só da ATM, tem varias situações que se superpõem, mas sim o DIO, representa a posição que os músculos mastigatórios estão no seu cumprimento tridimensional. Dependendo o caso, na segunda fase, precisa de uma ortodontia tridimensional, para colocar os dentes na posição determinada pelo DIO. Sem fazer isso, e tirando o DIO, os músculos e os côndilos voltam à posição inicial, é como você colocar uma palmilha se tem uma perna mais curta que a outra e depois tira-la sem solucionar a deficiência estrutural.
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Esse paciente não fez a 2 fase?
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Zulene este paciente fez uma segunda fase só com rehabilitação protética, ele prefiriu não fazer ortodontia. ele fez com um colega que é amigo de um ex aluno meu e consiguiu retirar a ortese. Nem todos os casos podem passar para uma segunda fase, mas o objetivo deste post, foi mais na recaptura do disco articular.
Atte
Lidia Yavich
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Excelente caso, con una vision integral ocluso, mandibulocraneo cervical y postural.
Estoy tratanfo de implementar un seguimiento igual con mis pacientes, no tengo electromiografo pero uso el biotens, pero trato de realizar el Dx integral.
Espero algun dia puedas venir a Mexico.
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Que bueno Raquel, el punto es el diagnóstico diferencial e dependiendo de las imágens ni siempre colocamos la mandíbula donde el tens o el jaw tracker muestra.
Atte
Lidia Yavich
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